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Conectividade entre Sistemas Autônomos: Trânsito IP, Peering, PTT, PNI e Cache

Por Renato Ornelas

Olá, pessoal, sou Renato Ornelas,  CTO da OpenX, e quero compartilhar com vocês um conteúdo que possa transformar seu entendimento sobre como funcionam as conexões entre as redes que formam a Internet. Nesta edição da OpenX Connect vamos explorar as várias modalidades de conexão, incluindo trânsito IP, Peering, PTT, PNI e Cache.

A Internet é uma rede formada por outras redes, e para que todos os dispositivos possam se comunicar, elas precisam estar interconectadas. Cada entidade conectada à Internet é chamada de sistema autônomo (AS) e é identificada por um número único chamado ASN (Autonomous System Number).A OpenX é um sistema autônomo com o ASN 263444.

Agora, vamos explorar as diferentes formas de conexão entre dois ASNs:

Trânsito IP:

O trânsito IP é uma conexão paga que permite que o tráfego de um AS passe pela infraestrutura de outro para chegar à Internet, ou seja, ela vai permitir que os pacotes do AS cliente transitem pela rede do AS Fornecedor para chegar a outros destinos da Internet. Neste tipo de conexão, o fornecedor também pode ser chamado de upstream e o cliente de downstream.

Dependendo do tamanho e da capacidade da operadora, podemos classificá-las em três grupos principais:

  1. Tier 1: As operadoras Tier 1 são as maiores do mundo. Elas possuem infraestrutura própria e não precisam contratar trânsito de ninguém para alcançar qualquer ponto da Internet. Isso significa que elas podem trocar tráfego diretamente com todas as outras operadoras Tier 1, formando a espinha dorsal da Internet. Essas operadoras são completamente independentes, o que lhes dá uma posição privilegiada no mercado, pois não pagam por trânsito, apenas fazem trocas de tráfego entre si.
  2. Tier 2: As operadoras Tier 2 são aquelas que compram trânsito IP de outras operadoras, geralmente Tier 1, mas também vendem serviços de trânsito para outros AS. Elas são intermediárias, conectando-se tanto a operadoras maiores quanto a clientes menores. As Tier 2 têm uma cobertura significativa e muitas vezes oferecem serviços adicionais, como conteúdo de rede e hospedagem. Elas equilibram entre comprar trânsito para suas próprias necessidades e vender para expandir sua rede e receitas. É nesta categoria que a OpenX se encontra atualmente.
  3. Tier 3: As operadoras Tier 3 são as menores no cenário de trânsito IP. Elas compram trânsito de operadoras Tier 1 ou Tier 2 para se conectar à Internet. As Tier 3 não vendem serviços de trânsito para outros AS, mas se concentram em fornecer conectividade final aos usuários, como empresas e consumidores. Essas operadoras dependem das infra estruturas maiores para acesso completo à Internet e frequentemente se especializam em mercados locais ou regionais.

Peering (Troca de tráfego):

O Peering é uma conexão geralmente com um custo menor, ou até mesmo nenhum custo, para os dois AS envolvidos. Com o Peering, os AS trocam informações sobre suas redes diretamente entre si, compartilhando o tráfego de dados. Isso encurta o caminho que os dados precisam percorrer, reduzindo custos operacionais e melhorando a eficiência da conexão.

PTT (Ponto de Troca de Tráfego) ou IXP:

O PTT é uma evolução do Peering. Em vez de dois AS fazerem uma conexão direta, cada AS se conecta a um ponto central (PTT) e desta forma já se habilita a trocar tráfego com todos os outros participantes.

O maior projeto de PTT do mundo é o IX.br, mantido pelo NIC.br, com presença em várias cidades. O IX.br de São Paulo é o maior em número de participantes e volume de tráfego. Ele é composto por vários pontos de interconexão (PIX) hospedados nos datacenters ou grandes operadoras.

A OpenX está presente no IX.br de SP, com 25 portas de 100Gbps em 7 PIX diferentes. Isso nos permite conectar o seu provedor ao IX.br usando uma conexão conhecida como CIX (compartilhamento de IX), permitindo que seu AS participe da troca de tráfego do IX.br com sua própria VLAN a um custo menor.

PNI (Interconexão Privada entre Redes):

O PNI é usado para conectar diretamente um AS de um provedor a um fornecedor de conteúdo, como Google ou Facebook, sem depender de um fornecedor de trânsito ou PTT. Isso pode reduzir a latência e melhorar a eficiência da rede. Embora o excelente trabalho do IX.br e as portas de 100G tenham tornado esse tipo de conexão menos crucial, o PNI ainda pode ser uma estratégia vantajosa para alguns provedores, especialmente aqueles que buscam otimizar a entrega de conteúdo específico.

Cache ou CDN:

Por fim, vamos falar sobre o Cache, também conhecido como CDN (Rede de Distribuição de Conteúdo). Grandes fornecedores de conteúdo, como Facebook, Google e Netflix, possuem programas de Cache. Esses programas armazenam o conteúdo mais acessado diretamente dentro da rede do provedor de internet. Isso significa que os dados estão mais próximos dos usuários finais, melhorando a velocidade de acesso e reduzindo a latência. Além disso, essa prática ajuda a reduzir os custos operacionais do provedor, já que menos tráfego precisa passar por conexões externas.

Agora você conhece os principais tipos de conexão entre dois ASNs. Tem alguma dúvida, sugestão ou ideia para próximos conteúdos? Comente e compartilhe suas opiniões!

Estamos aqui para ajudar e ensinar você neste mundo digital!

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